"Eu voto totalmente atravessada pela minha história de vida. Eu cresci dentro da Universidade Federal de Minas Gerais, filha de uma professora de teoria da literatura da Faculdade de Letras e de um professor de física do Instituto de Ciências Exatas. Desde os sete anos estudando dentro do campus, ainda pequena já frequentava assembleias de professores e via meus pais e seus amigos a lutar pela democratização do país e por uma universidade pública, gratuita e de qualidade. Eu tenho mais de mil justificativas para meu voto, mas hoje, voto não só como historiadora do mundo do trabalho ou do Brasil republicano. Eu voto como professora da UFRJ, por tudo aquilo que meus pais lutaram e por tudo que eu me lembro que vi e experienciei durante o governo Lula. Eu lembro quando tudo mudou e eu comecei a dar aula para os filhos das classes populares… Eu vivi a democratização do ensino superior! Eu quero voltar a ser feliz e ver o pobre com bolsa de Iniciação científica, fazendo mestrado e doutorado! Quero minha sala multicolorida… quero voltar a mandar meus alunos para pesquisar e trocar saberes fora do país. Quero de novo programas como o Ciência sem Fronteiras! Quero de novo o petróleo financiando o ensino, quero Prouni, Fies, Fundeb a todo vapor. Quero novas universidades e campus nas fronteiras. Eu quero orientar negros, indígenas, LGBTQIAP+ sem ter medo de ser acusada de "doutrinadora". Eu quero ir trabalhar sem medo do prédio pegar fogo porque não tem dinheiro nem para trocar a fiação, nem para trocar os extintores… Eu voto 13 porque eu acredito que a única chance que temos de transformar esse país e sobrevivermos é através da educação laica e inclusiva, da creche à pós-graduação. Eu voto no Lula contra todos os negacionismos, contra todos os fascismos. Eu voto no 13 pela justiça social, pela democracia, pela cultura, pela Amazônia. Eu voto sobretudo para voltar a sorrir! Eu voto por mais livros e menos armas! Eu voto para acabar de novo com a fome. Eu voto porque o sertão virou mar e estou com medo que algum dia o mar também vire sertão! Voto em homenagem à Vera Casa Nova e ao Túlio Jorge dos Santos, mas também porque quero ver o Pedro e o Antônio, meus filhos, orgulhosos de serem brasileiros."
Andréa Casa Nova Maia é professora de Historia do Brasil da UFRJ. Presidente da Associação Brasileira de Historia Oral (2020-2022) e Bolsista de Produtividade do Cnpq.
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