Estamos assistindo estarrecidos a uma guerra aberta e declarada contra a frágil e limitada democracia brasileira.
Uma guerra que nos últimos anos contaminou o espaço público com mentiras, intolerância e ódio embalados em teorias conspiratórias e disseminados tanto por grandes empresas jornalísticas quanto pelos grupos políticos da direita e da extrema-direita através de seus canais digitais, especialmente nas redes sociais.
Uma guerra em que professores e professoras, especialmente os de História, são um dos alvos preferidos, atacados e hostilizados, inclusive através de processos judiciais.
Uma guerra contra os direitos políticos, civis e trabalhistas do povo brasileiro. Uma guerra que mobiliza fartos recursos nacionais e estrangeiros contra os setores progressistas e democráticos tentando demonizá-los e estigmatizá-los e, assim, criminalizá-los e torná-los ilegais. Uma guerra contra a classe trabalhadora, pois a luta de classes hoje não é mais disfarçada, ocultada e negada pela classe dominante e seus aliados.
A burguesia está em guerra contra a classe trabalhadora e não apenas os direitos do povo estão ameaçados, mas também a economia, a soberania e a integridade nacionais. Há fortes indícios de que o Brasil também sofre ataques sistemáticos de interesses estrangeiros contra o Estado brasileiro, particularmente o sistema judiciário, as forças policiais e as forças armadas que com eles se alinham e neles se inspiram.
A judicialização, o lawfare e a criminalização da política e dos políticos e partidos de esquerda, bem como ações legais contra grandes empresas (como a Petrobrás), é um dos resultados desses ataques que ajudaram a desestabilizar o sistema político-partidário, a derrubar a Presidenta Dilma Rousseff (Golpe de 2016) e a prender ilegalmente o presidente LULA e retirá-lo da eleição de 2018, o que contribuiu decisivamente para pavimentar o caminho de um fascista à presidência da República.
Assim, nos últimos 4 anos sofremos diuturnamente com o discurso e as ações dessa liderança de extrema-direita que sistematicamente contaminou a sociedade brasileira com seu ódio e suas mentiras e tornou nossas vidas um inferno cotidiano.
Mas está em nossas mãos, impedir que esse processo de destruição de nosso país continue impunemente.
Votarei no presidente LULA com a convicção de que apenas assim poderemos impedir ou dificultar o avanço desse destrutivo processo de guerra contra o Brasil e o povo brasileiro.
Mas não tenhamos ilusões, a situação é e continuará muito difícil para a democracia e o povo brasileiros. Os inimigos são muitos, de diversos tipos, têm muitos recursos financeiros, políticos, ideológicos e até religiosos e não têm nenhum escrúpulo.
Todas as pessoas que amam a liberdade, a igualdade, a fraternidade e o povo brasileiro precisam se unir agora e continuar unidos numa grande frente política e cultural em defesa do nosso direito e dos nossos filhos de existir plena e livremente, pois os próximos anos serão muito duros ...
Votar no presidente LULA é uma questão de sobrevivência ...
Ricardo Figueiredo de Castro é professor Associado de História Contemporânea no Instituto de História da UFRJ. Bacharel e Doutor em História Social pela UFF. Coeditor do blog marxismo21.org e membro da diretoria da ANPUH-RJ (2022-2024)
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